sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

José Fernandes no sítio da FPP: "Sonho do título embala Barcelos"

«O Óquei de Barcelos viveu alguns dos momentos mais difíceis da sua história antes do início desta temporada, nos quais o cenário de extinção foi equacionado. Com jogadores garantidos quase sem tempo para preparar o novo desafio, a equipa técnica do histórico José Fernandes, bem apoiado pela SAD do clube minhoto, «arregaçou as mangas», e, quando já se disputa a segunda volta, a equipa ocupa um honroso sétimo lugar. Ganhar troféus é um sonho que pode ganhar contornos a… médio prazo.

«Esta época explica-se através de dois ou três factores: apoio forte da SAD, dos adeptos, mesmo que as coisas às vezes não corram como nós pretendemos, e porque acreditamos nos jogadores, escolhidos à pressa. Como costumo dizer, era os que havia no mercado. Por isso, têm surgido bons resultados, alguns inesperados, mas outros com mérito nosso», afirma José Fernandes, em declarações ao «site» da Federação de Patinagem de Portugal.

O treinador garante que este ano o principal objectivo é manter o Óquei de Barcelos na I Divisão: «Não estamos a trabalhar para o acesso às competições europeias, mas se os adversários permitirem, não vamos desperdiçar essa oportunidade. No entanto, queremos garantir o mais rapidamente possível a continuidade da equipa na I Divisão. Estamos muito perto do quinto lugar, mas se perdemos durante duas semanas seguidas, podemos ficar ‘embrulhados’ nos lugares mais complicados, porque abaixo de nós há equipas melhores apetrechadas, como a Juventude de Viana e a Física, com jogadores que actuam juntos há mais tempo do que nós».

José Fernandes explica como redimensionou as potencialidades de alguns hoquistas: «Garantimos o Nuno Almeida quando pensávamos que podia terminar a carreira. Trouxe maturidade e segurança defensiva. Recuperámos o Carlos André, que estava sem mercado e tinha feito uma má época no Cambra, contamos com o Xixa, que treinei pela primeira vez há 20 anos e agora marca mais golos, e o Nuno Félix: superou os ‘vícios’ que trazia de Angola, através do trabalho realizado a nível físico. Trouxe, também, mais experiência e qualidade técnica à equipa. Com outros mais novos, conseguimos construir o plantel talhado para jogar fora de casa, porque não temos de assumir o domínio do jogo e podemos aproveitar o contra-ataque com mais eficácia».

O técnico reconhece que não é, actualmente, possível lutar pela conquista de títulos, mas defende que o Óquei de Barcelos pode voltar ao nível dos tempos em que era uma forte potência do Hóquei em Patins nacional: «Podemos ganhar títulos a médio prazo, se mantivermos esta SAD. Não é fácil, devido à crise que se instalou não só no País, como na zona de Barcelos. Precisamos de dinheiro, porque para chegar ao primeiro lugar será necessário garantir quatro ou cinco jogadores de topo. Se o Benfica e o FC Porto mantiverem estes plantéis, não é fácil lutar com eles».

Continuidade no horizonte

A presença de José Fernandes na formação minhota em 2011/2012 é um cenário que poderá ficar definido no final desta época: «Já existiram algumas conversas sobre a minha continuidade. Pretendo ficar e disputar novamente o título de campeão nacional, porque, à excepção de algumas épocas, sempre lutei para o topo. Aliás, gostaria de terminar aqui a carreira de treinador. Como se sabe, gosto do FC Porto, mas é no Óquei de Barcelos que mais gosto de trabalhar. Totalizo aqui dez anos, um terço da minha carreira No entanto, tudo depende dos resultados. Se ganhar, ninguém se lembra de mim, se perder, todos criticam o treinador. Caso não continue, pode ser que me queiram noutro clube. Só me falta treinar na III Divisão. Houve a possibilidade de trabalhar na Juventude de Viana, num projecto semelhante ao que está a ser desenvolvido no Sporting, mas gorou-se».

Poucos… mas bons

José Fernandes confessa que falta treinadores com mais qualidade no Hóquei em Patins nacional. Colocando os veteranos de parte, identifica algumas promessas: «Gosto do trabalho que o Rui Neto faz, mas penso que chegou muito cedo à Selecção Nacional. O Tó Neves tem realizado um trabalho interessante. Há o Paulo Freitas, mas esta época não lhe tem corrido tão bem, o David Oliveira, o Luís Duarte, agora na Selecção Nacional de Sub-20, ou o Pedro Nunes, que alterna o bom com o menos bom. No entanto, não vejo o que fazem nos treinos e os resultados dependem de muitos factores, como o plantel disponível». »
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Fonte: Federação de Patinagem de Portugal

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